ESTATUTOS DO CABIDO DA SÉ DE ÉVORA,

Português / Portuguese Creações dos benefícios d’ella, e regimentos dos seus officios e ministros. Impressos por mandado dos senhores Deam e Cabido em Évora por Manuel de Carvalho 1635. In 4º de 18,5x13,5 cm. Com 104 fólios. Encadernação do século XVII em pergaminho flexível, um pouco cansada e com pequeno furo de traça junto ao festo da pasta anterior. Ilustrado com um cabeção no fólio 3 e com mais de seis dezenas de capitulares xilográficas de grande beleza e nitidez, a maior parte de apreciáveis dimensões, decoradas com figuras humanas, animais, florões, ramagens e jarras com flores. Exemplar com falta da folha de rosto, como quase todos os exemplares conhecidos, excepto um dos exemplares da Biblioteca Nacional de Portugal e outro da Biblioteca de Évora, Inocêncio sugere que terá sido mandada retirar na época da impressão antes de sair para o mercado, sem apresentar fontes para esta afirmação. As folhas de guarda estão danificadas com esfacelamentos, falta de papel e com reforços de bocados de papel retirados de um impresso da época. Apresenta assinatura de posse em letra coeva à cabeça da folha de guarda [Ignacio Figueiredo Salvado Albuquerque?] e no respectivo verso a transcrição manuscrita do título, impressor, local e data da folha de rosto em falta. Está muito enriquecido com um índice manuscrito coevo, em quatro folhas, com letra igual à da assinatura de posse, dos títulos dos 37 artigos que constituem estes Estatutos e com um índice, manuscrito com a mesma letra, das criações dos diversos cargos numa folha colocada no fim do volume preenchida dos dois lados. Com gralha tipográfica na numeração das folhas: as folha 6 e 27 não têm numeração e a 81 está numerada como 82. Muito raro e importante para o estudo da Igreja em Portugal e em especial da Diocese de Évora, que chegou a incluir Portalegre, até 1549, Elvas, até 1570 e Beja até 1770. Évora foi uma das cidades privilegiadas pelos reis portugueses da Dinastia de Avis onde viveram por largos períodos, o que conferiu à cidade um estatuto de quase capital e uma brilhante vida cultural, que se espelha, nomeadamente, na arquitectura e na escola de música polifónica. Estatutos mandados elaborar pelo Cardeal D. Henrique, Arcebispo de Évora e aprovados pelo Papa Paulo III, conforme é comunicado pelo Núncio Apostólico em Portugal ao rei D. João III, numa carta em latim transcrita no início da obra. Os estatutos determinam os deveres e a forma de exercer as funções dos membros do cabido que eram um conjunto de clérigos, com diversos títulos, (Deão, Chantre, Tesoureiro, Arcediago do Bago, Mestre Escola, Arcediago da Sexta, Arcediago de Laura, Arcediago Douriola, Secretario, Contadores, Vedores da Fazenda, entre outros) destinados a colaborar no governo da diocese e assegurar o serviço religioso na Igreja Catedral de Évora. A partir do fólio 49 são descritos os diversos títulos dos cónegos e os deveres e direitos de cada um deles e transcritos diversos documentos pontifícios e do Arcebispo de Évora em latim e português, com datas entre 1553 e 1583. Iberian Books B70653 [IB: 27473]. USTC, nº 5024619. Arouca E 77. Monte, G. Hist. tip. em Évora 1,198. Pinto de Matos 258. Inocêncio II, 235 e IX 188. Os poucos exemplares que d’elles tenho visto não trazem folha de rosto, ou porque nunca a tiveram, ou porque lhes fosse arrancada. Foram ordenados pelo cardeal infante D. Henrique, quando arcebispo d’aquella cidade, em 1546, e confirmados pelo Núncio Apostolico. Diz assim: Estatutos do Cabido da Sé de Evora, creações dos beneficios della e regimento dos seus officios e ministros. Impressos por mandado dos senhores Deam e Cabido. Em Evora, por Manuel Carvalho 1635. M-5-E-35 Évora Bibliofilia do Século XVII* / 17th Century Prints Direito Canónico / Canon Law M-5-E-35